Terreirão do Samba terá administração privada e renovação estrutural

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A Prefeitura do Rio de Janeiro revelou ambiciosos planos de revitalização do Terreirão do Samba Nelson Sargento, localizado ao lado do Sambódromo, no centro da cidade. O projeto abrangente de renovação está detalhado no edital de concessão divulgado nesta sexta-feira(18/08).

Pelo período de 25 anos, a empresa vencedora da licitação será responsável pela revitalização, gestão e operação do local. O órgão municipal encarregado dessa iniciativa, a Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos, enfatiza que a propriedade do espaço não será transferida para mãos privadas.

O edital estabelece que, obrigatoriamente, pelo menos 50% dos eventos organizados pela concessionária deverão ser dedicados ao samba, com enfoque exclusivo em atividades relacionadas ao Carnaval durante a temporada festiva. Além disso, é exigido o comprometimento dos novos gestores em oferecer ingressos a preços acessíveis, como o valor de R$ 20 praticado no último Carnaval.

Anderson Baltar, renomado jornalista especializado em samba e Carnaval e fundador da rádio Arquibancada, ressaltou, para O Dia, a importância de preservar a cultura do samba no Terreirão após a concessão. Ele enfatizou a necessidade de encontrar soluções sustentáveis para um espaço cultural de acesso democrático, que atenda à população de menor poder aquisitivo.

Baltar expressou preocupação com a possível diluição da programação de samba. Ele argumentou que, enquanto outros gêneros musicais já dominam a cena cultural da cidade, o samba muitas vezes é relegado a um segundo plano.

Serginho Procópio, cantor, compositor e cavaquinista da Velha Guarda da Portela, também comentou sobre a importância do espaço e a necessidade de melhorias na infraestrutura. Ele enfatizou a relevância histórica do local, especialmente o espaço da Praça Onze, onde estava situada a casa da tia Ciata, figura fundamental na cultura do samba.

Serginho reforçou a importância de manter a autenticidade do samba no Terreirão, lembrando que o espaço é uma área de resistência e abriga apresentações de sambistas lendários que muitas vezes são negligenciados em outros meios.

A concessão inclui melhorias como renovação do palco, adequação às normas de segurança, requalificação urbana do entorno e estruturas móveis para serviços como alimentação. O edital também prevê uma programação anual de eventos com ênfase no samba e suas manifestações culturais.

Gustavo Guerrante, presidente da Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos (CCPar), destacou a importância simbólica do Terreirão como patrimônio cultural. Ele explicou que a concessionária será responsável por investimentos estruturais e gestão do espaço, reforçando o foco na preservação do samba.

O período de obras está estimado em 18 meses a partir da assinatura do contrato. A contribuição privada para a revitalização e manutenção do Terreirão durante o contrato está projetada em R$ 10 milhões, com a empresa vencedora pagando uma outorga fixa mínima de R$ 275 mil.

Esta é a terceira tentativa da prefeitura de transferir a gestão do Terreirão para o setor privado. Iniciativas anteriores, sob as administrações de Daniela Maia e Marcelo Crivella, não se concretizaram.

A movimentação em direção à privatização também afetou o Centro de Tradições Nordestinas em São Cristóvão. Um edital foi lançado este ano, mas foi suspenso devido a preocupações de comerciantes locais. As informações são do O Dia.

Em conclusão, os planos de revitalização do Terreirão do Samba Nelson Sargento reforçam o compromisso em preservar sua rica herança cultural do samba. A reforma abrangente e a gestão contínua serão confiadas à concessionária vencedora, assegurando que este centro cultural continue sendo um local vibrante para o samba e suas festividades relacionadas.

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Imagem: Divulgação / Prefeitura do Rio

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